Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Era bom não era

Eu gostava de acreditar que sim.

Que existe uma qualquer quota de sofrimento atribuída a cada ser humano.

Que existe uma qualquer quota de tragédia grega equitativamente distribuída por cada família.

Que o mal que nos assola é reflexo directo das nossas atitudes e comportamentos.

Mas não. A vida não é assim.

O sofrimento, tragédias gregas e outros males são rateados de forma perfeitamente aleatória. São alocados a cada ser humano e família de forma totalmente incerta.

Acredito (correcção: não acredito, sei sem qualquer dúvida), que não basta querer para viver, não basta desejar e lutar com todas as forças para nos mantermos à tona. Sei, que não é porque já se baixou ao inferno e voltou, que se vai sobreviver.

Ainda assim, acredito que o bem que nos chega pode ser resultado directo dos nossos comportamentos.

Sei e acredito que depende de nós a forma como interpretamos o nosso papel nestas tragédias gregas. Sei e acredito que quanto mais se desejar e quanto mais se lutar, maior é a probabilidade de nos mantermos à tona.

Eu gostava de acreditar que sim.

Que existe uma qualquer quota de sofrimento atribuída a cada ser humano.

Perfeitamente equilibrada.

Perfeitamente suportada.

Humanamente tolerada.

11 Discussions on
“Era bom não era”
  • Sabes Me, para quando esse pensamento acerca da injustiça que sentimos perante o que nos acontece na vida me assola, descobri um dizer (já não sei onde…) que ao mesmo tempo que tem uma certa graça, ao mesmo tempo é lógico e acerta na mosca: achas que a vida deveria ser justa connosco só porque somos boas pessoas é o mesmo que pensar que um boi nos deixa de atacar só porque somos vegetarianos.
    E, infelizmente, a realidade é essa! É que, por vezes, quando achamos que a nossa quota parte de sofrimento já passou, que a partir de dado momento merecemos a felicidade sem sobressaltos, vem o “o touro” e atinge-nos novamente! E lá nós caímos uns metros adiante! E erguemos-nos de novo! E assim sucessivamente! Porque não há outro modo de o fazer. Desistir é proibido.
    Vivamos o dia-a-dia, por muito difícil que seja ignorar o amanhã, mas hoje não se pode tratar dele, só mesmo amanhã.
    Beijinho e muita força*

    • Felizmente não há por aqui (nem nunca houve) sentimentos de injustiça.

      Infelizmente estas situações não estão em nada relacionadas com justiça.

      Obrigada pelas tuas palavras.

      Um beijinho

      • O termo justiça eu utilizei somente para expressar o que se sente quando algo mau acontece na Vida, apesar de toda a luta que se trava para nos mantermos à tona.
        Um beijinho, votos de tudo a correr o melhor possível! Boa noite.

  • Querida Me, tens de continuar a acreditar sempre, por piores que sejam os dias, os Teus precisam e merecem que continues a lutar e a acreditar. Basta olhares para a tua Mini-Me que de certeza arranjaras forças para continuar a tona!!! Um grande, grande beijinho e um abraço carregado de esperança e afetos!!

  • Também gostava de acreditar que seria assim.
    Mas sei que temos capacidades escondidas que se revelam nestes momentos. São uma pobre compensação, ou até compensação nenhuma, mas faz parte do desafio da vida. É continuar a suportar, a aceitar que se tem de ser forte mais uma vez, e continuar a acreditar que o que fazemos de bem há-de trazer-nos dias melhores.
    Espero que tudo se resolva pelo melhor contigo e com os teus.
    Um beijinho

  • Eu acredito que as lutas que nos são entregues apenas são aquelas com as quais temos capacidade de lutar de igual pra igual. Muitas lutas (não interessa se ganhas ou perdidas) só quer significar que se viveu, que a vida fez sentido. Beijinhos. Esta é só e apenas mais uma má fase que vai ser ultrapassada e superada. o que não nos mata torna-nos mais forte e capazes de enfrentar o mundo com outros olhos. Boa sorte para estas novas lutas que se aproximam.

  • Como te entendo!!
    Mas de facto, parece sempre que pende para o mesmo lado!!
    Infelizmente… nada a fazer!!
    É alombar e mais nada!!
    E ver pelo lado positivo (se é que ainda existe alguma coisa positiva), o que não nos mata…. torna-nos mais fortes!!
    um beijinho,
    Maggie

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