Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

Correr para emagrecer. Ou correr para viver. Mais. E melhor.

Bem sei que desse lado quem anseia por sapatos, disparates e cenas do dia-a-dia, andará saturado de tanta corrida e treino e equipamentos e motivações. Afinal não é só este canto que esta temática tem vindo a invadir. De mansinho, sim. Mas ainda assim uma invasão.

Escrevi e divaguei muito sobre isto do movimento mais saudável e da corrida em particular. Mas não é nada – mesmo, quando comparado com o que falo sobre isso fora daqui. E, é ainda menos comparável com tudo o que ganhei. O que ganhámos.

Até ontem dizia que correr uma maratona era para loucos. Que, mais do que estar física, psicológica e emocionalmente preparado, era preciso querer. E o que é que poderia levar um comum mortal a querer correr durante 3h, 4h ou 5h seguidas? A loucura, claro. Ontem, assistindo à catarse destes (aqueles a quem não chamei loucos pessoalmente), tive a minha própria catarse. E percebi que não há aqui nada de loucura. É que o catano da loucura tem-me trazido tanto mas tanto, que não pode ser loucura. Pessoas, companheiros, amigos. Não é loucura. É qualquer coisa de extraordinário.

Ontem estes amigos correram a maratona. Estreantes e repetentes. E eu, ainda com a cabeça a latejar do jet lag e do cansaço de uma semana louca, acompanhei a corrida à distância que o messenger permitiu. Ansiei. Vibrei. Festejei. E, caramba, chorei. E não houve cá descarga das amigas (hormonas) que justificasse tanta choradeira. Foi só mesmo isto. Isto que a loucura de correr a maratona trouxe. Companheirismo, amizade e um orgulho do tamanho do mundo por estas pessoas.

O Pedro é, no que a mim toca, o principal responsável quer pela corrida em mim, quer pela corrida em nós, se é que me entendem. Foi ele que me ensinou a fazer da corrida uma rotina. Foi ele que me motivou quando perdi a vontade. Foi ele que convenceu o meu marido a correr. Foi ele que lhe deu força quando se lesionou. Foi ele que me trouxe a Xana. A Xana dele que é a melhor companheira de provas. Foi ele que me trouxe para este grupo. Este grupo em que quase todos nos conhecíamos ou quase conhecíamos. Arrisco-me a dizer, em nome de todos, que o Pedro é a cola deste grupo fabuloso. De gentes que correm 10 km, 20km ou 50km e ficam igualmente extasiadas e de zés e paus que são o carro vassoura do mais lento, coxo ou vagaroso. O Pedro trouxe(-me) a Sónia e o Ricardo e a Ana e o Ricardo e a Xana e juntamos o Pau e a Carolina e a Sofia e o Zé e a Raquel e o Vasco e o David e a Filipa e e e…

E é por isto, e por publicidade nenhuma, que gostava muito de encher a sala de apresentação do primeiro livro do Pedro. Porque o livro é o Pedro. É o que o Pedro faz. É o que o Pedro nos faz. Por isto e por tanto mais, obrigada Pedro. E até quarta!

21 de Outubro às 19h na Fnac do Chiado

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