Eu, Tu e os meus sapatos

Louca pela vida. Louca por ti. Louca por escrever. Louca por sapatos.

O estatuto que merecemos

A sério que adoro o meu emprego, já aqui escrevi que sou daquelas sortudas que é paga para fazer o que gosta.

Mas a verdade é que eu era menina para me habituar a esta vida de dondoca, quais férias permanentes, com uma Mini Me que me (nos) deixa manter o mesmo estilo de vida, entre passeios e almoços aqui e ali com o senhor meu marido, com amigas, com a mommy ou com a titi, intercalando com tardes dedicadas aos tachos e às formas, dando uma espreitadela ao filme do dia, lendo umas páginas do livro do momento pelo meio, com uns “era uma vez um cavalo…” para alegrar a madame.

As pseudo feministas (atenção ao uso do pseudo, porque é de agradecer o esforço das verdadeiras feministas que nos colocaram onde hoje estamos) que me perdoem, mas para mim, ter o estatuto que mereço (merecemos) enquanto mulher é precisamente poder mostrar que gosto que me abram a porta. E não ter de fingir que não, a bem de uma suposta igualdade.

O estatuto que merecemos está em poder decidir se queremos ou não ser profissionais com carreiras de topo sem que abdicar disso nos diminua.

Think about it.

23 Discussions on
“O estatuto que merecemos”
  • Eu vou confessar….fiquei 9 meses em casa com a pipoca(5 meses normais+3 complementares+1 de férias).De inicio,adorei a “dondoquice”,mas depois….depois,já só queria ir trabalhar.Regressei há 2 semanas e estou feliz,feliz……..;).Chego a casa e só me apetece esborrachar a pipoca de tanto beijo e abraço,mas adoro o fandango do trabalho….;))

  • O verdadeiro objectivo do feminismo é lutar para que a mulher alcance uma posição verdadeiramente paritária na sociedade, e como tal acesso, liberdade de escolha, sem restrições a priori. O que depois a mulher (ou o homem, por isso, a pessoa) decide fazer deve ser opção sua, livremente tomada e formada de acordo com as suas convicções. Posto isto, e havendo à partida total liberdade, se quiser ser dona de casa, seja; se quiser andar de burka, ande; se quiser entrar para um convento, entre.
    Se eu tivesse nascido há 100 anos posso garantir que seria uma pessoa muito infeliz, porque nunca teria tido as opções que tive. E uma delas nunca seria ser uma stay at home mum, mais depressa preferiria ter comigo um homem disposto a ser stay at home dad (partindo do princípio que eu quereria ser mum, claro – que até essa opção posso exercer livremente hoje em dia).

    • Izzie, na mouche, Daí ter realçado a expressão “pseudo”.

      Confunde-se o feminismo na sua essência com o extremismo arrogante (o tal pseudo…).

      Na realidade não sei se conseguiria ser uma stay @ home mum. Não na sua essência mas sim numa vertente de verdadeira dondoca e com aquilo que quero muito o dia poder fazer: voluntariado num hospital.

      Até lá, vou sonhando… e quando (e se) chegar o dia, vou poder decidir. É esse o verdadeiro feminismo.

  • Olha, eu cá concordo 🙂 Caba a cada mulher, e muitas vezes ao casal, decidir qual a melhor solução para gerir um quotidiano familiar. E se passar por a mulher ficar “em casa”, é uma solução. Não deve haver preconceito quanto a isso porque felizmente hoje em dia as mulheres que querem podem lutar pelas suas carreiras profissionais. Nada nos impede e mesmo que os cargos de direcção sejam dominados por homens, acho que hoje em dia as mulheres conseguem tudo o que querem. Basta meter-mos isso na cabecinha.

    E já agora…vida de dondoca deve ter muito interesse, digo eu… 🙂

    Beijinho Me

    http://www.biscoitodeseda.blogspot.com/

  • Me, eu abdiquei do meu trabalho, (onde já estava efectiva, por isso tinha alguma estabilidade, sendo a empresa que é) onde tinha um salário MUITO acima da média, porque isso ia fazer com que tivesse que “arranjar” alguém para cuidar do meu filho, porque tinha que sair cedo de casa e ia chegar estava ele já deitado, como já está neste momento. Prefiro ganhar o salário mínimo e ter tempo para estar com o meu filho.

    Estou desempregada, vou levar o pimpolho a creche, agora vou para o ginásio até às 12h, venho para casa e almoço, arrumo a casa e preparo tudo para o banho do Salvador, adianto jantar, ainda vejo tv e venho a net. Vou buscar o meu filho por volta das 17h, estou com ele entre uma bolacha e as brincadeiras. Sabes que era capaz de me habituar a esta vida? Com tempo para tudo! Claro que quando arranjar trabalho vou ter que abdicar do ginásio, porque não dá para conciliar tudo. Por isso, eu não me importava nada de virar dona de casa. E não tenho vergonha nenhuma de o dizer. Ganhar pra cima de 3 ou 4 salários mínimos, não me faz uma mulher mais feliz, agora poder levar o meu filho a hora que ele quer, sem despertadores! Poder ir buscá-lo a hora que eu quero e podermos ir ao parque ou até a praia durante a tarde, faz de mim a mulher mais feliz do mundo!!!

  • Pois, eu era bem capaz durante uns 4 anos ser uma stay at home mum! Tive o meu tesouro ha 2 meses. Em Junho regresso ao trabalho, vivo num meio pequeno, nao ha infantarios, e ninguem para ficar com o bébé. As avos jovens demais, pois ainda trabalham, e já perdi as horas de sono em que me mantenho acordada… Choro copiosamente, pois estou a entrar em desespero.Com isto tudo, o leitinho foi-se… devido a crise de nervos em que me encontro. Apesar de tudo gosto do meu trabalho, é um trbalho muito bom ( dado a conjuntura actual) e não sou rica: tenho de trabalhar! Mas que custa, custa. E muito.

  • Mas a verdade pura e dura é que a muita mulher que vê as stay at home mums como parvinhas a viver as custas do marido, enquanto elas sim são as super mulheres (e são não digo o contrário)…. mas eu não critico alias acho até que é de louvar uma mulher ou homem abdicar de uma carreira em prol dos filhos… eu cresci com a minha mãe em casa, eu chegava da escola ela lá estava a minha espera, almoço e lanche com ela, acompanhou-me a todos os momentos, se queria ir comprar roupa ou passear iamos, as minhas colegas tinham de ir sozinhas (na altura pensava fogo que sorte tem elas, hoje penso bolas deviam era ser tristes, pois não tinham a mãe para partilhar as roupas, para escolher com elas, para lanchar com elas)…. E sim acho que se pude-se quando tiver os meus ficava em casa até aos 5 anos e depois arranjava um part-time ou fazia mais voluntariado enquanto o filho tivesse na escola….

    Mas uma coisa me custa cada vez mais é pensar no dia em que tiver um filho, ter de o arrancar com 5 ou 6 meses da cama as 6 e 30 da manhã porque os pais entram as 8 no emprego :S.

  • Este post poderia muito bem ter sido escrito por mim. Tenho um bebé que faz hoje 6 meses e comecei a trabalhar à 3 semanas, entretanto já estou a gozar férias ainda de 2011. e o meu sentimento é esse, oh vida boa! enquanto estamos com eles, disponibilidade, zero de horários, zero de correrias para o emprego, zero de aturar chefes chatos e demasiado focados só no trabalho e sem vida própria… no entanto também gosto do meu emprego e preciso trabalhar, mas seria tão bom de vez em quando tirar um tempo para continuar a estar a tempo inteiro com os príncipes cá de casa! Óh como seria bom! bjs

  • Aiiii…. que saudades da minha licença de maternidade 😀
    Também foi assim um descanso, e ainda por cima como foi durante o Verão, estás a ver não é?!
    Bom… espera aí que vou só ali fazer outro e volto já 😛

  • Os meus já são crescidinhos (ela tem 9 e meio e ele 5 e meio) mas, se pudesse, ia para casa ou arranjava um part time de manhã, preferencialmente.
    Penso que não seria capaz de ser uma saty at home mum a 100% (louvo as que o são) mas o tal part “timezito” de manhã seria o ideal… mas não dá, de maneira nenhuma.
    Vou fazendo o melhor que posso com o tempo/disponibilidade que tenho e bola prá frente…
    Beijocas GRANDES

  • O verdadeiro feminismo está na escolha sem complexos e no tipo de escolha que se faz. Pois eu posso ser uma mulher/mãe trabalhadora e fazê-lo a partir de casa ou em part-time ou com isenção de horário (não explorado!). Na Alemanha quase metade das mães trabalham em part time porque tranquilamente decidem abrandar para ter mais tempo para tomar conta dos filhos. E exercer essa escolha, caso a queiramos (e queremos!) é uma conquista que nos falta enquanto mulheres e falta à parentalidade em geral.

  • Chamem-me o que quisserem, mas o que eu dava para ficar em casa a tomar conta dos filhos. Tenho uma princesa de 4 anos e para Junho vem ai o segundo. Agora digam-me que qualidade de vida há em levar a minha filha às 8 da manhã para o infantário e ir buscá-la por volta das 19 horas, o trabalho é em Lisboa e o infantário e local de risedência em Sintra. Muito bem que a mulher sente-se realizada com uma carreira profissional, e lutamos todos estes anos para iguladade de direitos e blábláblá, pois, mas isto tudo acarreta não estarmos com os nossos filhos . Porque me sujeito a isto? Simplesmente porque preciso e nada mais, se o meu marido tivesse um BOM ordenado nem pensava duas vezes em ser dona de casa e ser mãe a 100% do tempo, ás vezes sinto-me tão culpada por não estar mais tempo com a minha filha sinto um remorso tão grande, e só penso no facto de passar tanto tempo no inafantário não será prejudicial para personalidade dela no futuro.
    Beijos

    • Eu tenho a sorte de ter quem a possa ir buscar às 5h quando eu estiver a fazer um horário normal… e ainda assim já acho demais. Aliás, tenho uma secreta esperança de conseguir uma alternativa à creche…

      Bisouxxx

  • O problema é que as mulheres são do piorio, só sabem criticar e olhar para a vida dos vizinhos! E quando criticam as “dondocas” acho que é sempre a dor de corno a falar mais alto. Quem é que não gostava de ter uma vida boa que lhes permitisse gozar a vida em vez de ter hórarios e chefes insurportáveis?
    Neste momento estou de “férias” por tempo indeterminado, lol, e admito que já estou farta desta situação, até porque não tenho filhos. Preciso de stress, de agitação (não sou normal, eu sei). Mas se tivesse muito dinheiro montava um negócia e era uma “dondoca” boss. AHAHAH.
    Mas quando tiver filhos e se o meu ordenado for para ir quase todo para a creche acho que prefiro ficar em casa e ser eu a cuidar dos meus filhos.
    Mas seja qual for as opções de cada um, só ao casal diz respeito.

    Bjokas

  • As saudades que tenho da minha licença de maternidade… Habituei-me muito mal nessa altura. Gostava de poder ficar pelo menos 3 anos com o bebé em casa (ai a crise…). 5 meses e mais um de férias passaram depressa demais. Bem vinda redução de horário, que assim só faz com que o meu bebé fique na creche 6 horas e meia por dia… É uma delícia chegar lá e ver aqueles bracinhos esticados para dar à mãe o melhor xi-coração do mundo!!

  • Bom,eu sou uma sortuda então.Pedi para ficar em Part-time,que foi aceite.Achei que seria melhor,pois dá-me mais tempo para ficar com a minha pipoca.Mas não deixaria completamente de trabalhar.Penso que nunca se sabe o dia de amanhã,e uma mulher independente,é sempre melhor,isto dito pela mana,que optou deixar uma carreira de topo como Gestora e ficar em casa a tomar conta dos filhos.Se fosse hoje,ela diz que não o faria.Infelizmente,não se dá o devido valor ao trabalho que dá ficar em casa com os filhos,que dá muito.É um trabalho a tempo inteiro.E também tenho sorte,porque os meus sogrinhos maravilhosos(abençoados sejam),vem até aqui,tomar conta da neta….nada de “infectários”.Bjs

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