Não gosto de areias movediças.

Não gosto de não saber as linhas com que me coso.

Não gosto deste marcar passo que não resolve nada.

Não gosto desta sensação, infelizmente demasiado familiar, de borboletas no estômago.

Não gosto da incerteza do escuro.

Não gosto do cinzento. Do morno. Do assim assim. Do meio ou da metade.

Não gosto de não saber.

Gosto de ver (e viver) sempre o lado bom da vida. Amo a minha família e os meus amigos. Gosto de noites quentes. Gosto de um bom livro. Gosto de não ter preocupações. Gosto de uma boa conversa. E do silêncio partilhado também. Gosto do Verão. Gosto de cores alegres. Gosto de me mimar. Gosto ainda mais de mimar os meus. Gosto de músicas bem dispostas. Gosto de comida. Gosto de vinho. Gosto de sapatos de salto alto. Aprecio a vida e todos os instantes que vivo.

Mas quando o lado menos bom me assoma à porta, gosto de o ver, gosto de o conhecer, gosto de o enfrentar nos olhos. Gosto de saber aquilo que me espera e aquilo com que tenho de lidar.

Não. Para mim a ignorância não é uma benção.

Nunca será.